Saiba tudo sobre as crianças presas em teleférico no Paquistão a 274 m de altura

Grupo de oito pessoas – a maioria crianças – viajavam para a escola em região montanhosa no noroeste do país quando um dos cabos teleféricos se rompeu

Um grupo de oito pessoas, a maioria crianças, ficou preso em um teleférico a quase 300 metros de altura, no Paquistão, depois que um cabo se rompeu.

As autoridades do país mobilizaram uma operação de resgate – dificultada pelos fortes ventos que atingem a região montanhosa. Duas crianças já foram resgatadas.

Como o grupo ficou preso?

 

Na remota e montanhosa região da cidade de Battagram, no noroeste do Paquistão, duas comunidades estão conectadas por um teleférico.

Muitas crianças que vivem em partes remotas e montanhosas da província de Khyber Pakhtunkhwa dependem de teleféricos para ir e voltar da escola. Alguns deles carecem de manutenção regular e podem ser uma forma arriscada de viajar.

Na manhã desta terça-feira (22), um grupo de sete crianças e um adulto viajavam para uma escola quando um dos cabos do teleférico se rompeu, segundo a Autoridade Nacional de Gestão de Desastres (NDMA) do país.

Foi assim que o teleférico com oito pessoas acabou preso no meio de uma ravina, a cerca de 274 metros de altura, pendurado por um único cabo.

O número de sete estudantes e um adulto foi informado à agência Reuters por Muzaffar Khan, funcionário da administração distrital em Battagram, atualizando os relatos anteriores de seis alunos e dois professores.

Abdul Nasir Khan, um morador local, disse à Reuters que as crianças estavam indo para uma escola secundária.

Como será feito o resgate?

 

As autoridades paquistanesas mobilizaram dois helicópteros do Exército para resgatar as crianças e adultos presos no teleférico.

Um oficial de resgate que está no local, Shariq Riaz Khattak, disse à agência Reuters que a missão de resgate é complicada devido aos ventos fortes na área e ao fato de que as hélices dos helicópteros podem desestabilizar ainda mais o teleférico.

As aeronaves estão pairando perto do teleférico encalhado e até agora duas tentativas de resgate foram abortadas. Uma terceira tentativa será lançada em breve, disse ele, acrescentando que um cabo cerca de 9 metros acima do teleférico está impedindo a operação.

Militares pendurados em um helicóptero conseguiram chegar perto do teleférico, mas não conseguiram resgatar as pessoas a bordo. Ao menos foram entregues comidas e remédios.

Bilal Fiazi, porta-voz do serviço de resgate 1122, disse que o terreno é difícil, devido aos altos picos e um rio que corre pelo vale.

Um oficial de segurança, falando sob condição de anonimato, disse que após uma tentativa final de helicóptero, os esforços serão provavelmente transferidos para o solo, já que a escuridão e as condições climáticas estão aumentando os riscos, e o teleférico começa a tremer quando o helicóptero se aproxima.

O fuso horário do Paquistão está oito horas à frente do horário de Brasília. O pôr do sol está previsto para cerca de 19h (11h no horário de Brasília).

No local, multidões de aldeões se reuniram na vertiginosa encosta observando ansiosamente a operação.

O primeiro-ministro interino do Paquistão, Anwar-ul-Haq Kakar, ordenou que todos os “teleféricos dilapidados e não compatíveis” fechassem imediatamente, de acordo com um comunicado de seu gabinete.

“Também instruí as autoridades a realizar inspeções de segurança de todos esses teleféricos privados e garantir que sejam seguros para operar e usar”, escreveu Kakar no Twitter.

Qual a situação das crianças?

 

Dois dos estudantes no teleférico estão perdendo e recuperando a consciência, disse um dos passageiros, à mídia paquistanesa Geo News.

O passageiro, identificado apenas como Gulfaraz, instou as autoridades estaduais a tomarem providências quanto antes. “Nossa situação é precária, pelo amor de Deus, faça alguma coisa”, disse Gulfaraz ao canal de televisão local por telefone.

Ele reclamou que os alunos, que teriam idades entre 10 e 15 anos, não têm sequer água potável.

Os oficiais de resgate conseguiram entregar remédios para náusea após relatos de vômitos entre as crianças, e também medicamentos para o coração.

Os esforços de resgate paralisaram o país, que acompanha a situação pelos aparelhos de televisão.

“Estamos olhando para eles, impotentes, mas não podemos ajudar”, disse um morador no local à Reuters.

 

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