Rainbow Fest e Miss Brasil Gay podem injetar mais de R$ 7 milhões na economia

Eventos movimentam final de semana em Juiz de Fora e atraem turistas de todo o país

Neste final de semana, Juiz de Fora receberá milhares de turistas para o Rainbow Fest e o Miss Brasil Gay. Os eventos, que estão entre os maiores do país voltados para a comunidade LGBTQIAPN+, devem movimentar cerca de R$ 7,5 milhões na cidade. Os reflexos das comemorações serão sentidos em diversos segmentos econômicos, mas, em especial, nos de hotelaria e alimentação.

De acordo com levantamentos realizados em edições anteriores pelo Movimento Gay de Minas (MGM), os turistas LGBTQIAPN+ que participam dos eventos em Juiz de Fora costumam gastar três vezes mais do que os turistas convencionais. “É um turista muito qualificado e de muito interesse para a cidade em termos de chegar aqui, investir em compras, escolher um bom hotel, gastar em um bom restaurante. É positivo para todo mundo”, aponta Oswaldo Braga, organizador do Rainbow Fest.

 

 

 

A expectativa é que cerca de 18 mil pessoas passem pela Praça Antônio Carlos durante o final de semana para prestigiar o evento, que acontece a partir desta sexta-feira (18) e segue até domingo (20). Como destacado por Braga, o Rainbow Fest, juntamente com o Miss Brasil Gay, movimenta diversos setores econômicos na cidade, como os de alimentação, lazer, comércio e hotelaria, contribuindo para reforçar o potencial turístico que pode ser explorado. “O Rainbow Fest sempre teve esse viés de mostrar como um evento que se propõe, a princípio, a combater a homofobia e dar visibilidade a uma minoria, vai além da conquista dos direitos humanos e significa, na prática, uma injeção de recursos na economia da cidade.”

Para os eventos, são esperados turistas de várias regiões do país, mas especialmente de capitais como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, e também do interior de Minas Gerais. Conforme estimativa da organização do Miss Brasil Gay, cerca de quatro mil pessoas devem se hospedar em Juiz de Fora nos próximos dias. Porém, o número de visitantes deve ser ainda maior, considerando aqueles que vêm de cidades vizinhas para fazer “bate e volta”. Com esses turistas, a cidade pode receber até oito mil pessoas no final de semana, conforme o organizador do Miss Brasil Gay, Michel Brucce. “Os eventos que têm apelo turístico ajudam a desenvolver a cidade como um centro de entretenimento e, na questão econômica, fazem com que o dinheiro circule muito mais fácil na economia local”, aponta.

Por outro lado, avalia, os eventos poderiam movimentar ainda mais a cidade se contassem com mais apoio, especialmente por parte da iniciativa privada, como destacado por Brucce. “Pela falta de investimento que temos, por exemplo, não conseguimos fazer uma divulgação durante todo o ano para atrair mais o turista para Juiz de Fora. Por isso, acabamos ficando estacionados. Existe uma possibilidade, caso todo mundo trabalhe em prol do evento, de atingir muito mais do que R$ 10 milhões em três dias.”

Hotéis têm 80% da ocupação

Um dos setores mais beneficiados com as festividades que acontecem nos próximos dias é o de hotelaria, especialmente por conta da movimentação em um final de semana que, normalmente, seria vazio, de acordo com o coordenador executivo do Sindicato de Hotéis, Restaurantes e Bares de Juiz de Fora (SHRBSJF), Rogério Barros. Até quarta-feira (16), alguns hotéis já registravam 80% de ocupação para os próximos dias.

“A expectativa deste ano é que seja melhor do que o ano passado”, diz Barros. “Esperamos que tenha de 80% a 90% de ocupação.”

Conforme o representante do SHRBSJF, o tíquete médio dos turistas que vêm para o Rainbow Fest e para o Miss Brasil Gay varia de R$ 260 a R$ 280.

A maior movimentação ocasionada pelos eventos também é esperada pela presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes da Zona da Mata (Abrasel-ZM), Francele Galil. Conforme Francele, o fluxo de turistas impacta positivamente o segmento. “Isso fica muito mais nítido e evidenciado nos bares e restaurantes que estão próximos de onde acontecem as comemorações”, aponta.

Ainda segundo a presidente da Abrasel-ZM, a edição deste ano marca também a normalidade após a pandemia da Covid-19. “Até o ano passado, nós tínhamos algumas situações mais temerosas quanto aos eventos, de espaço, onde houvesse aglomeração. Este ano em si, voltamos com tudo em 100%, com os eventos acontecendo em sua totalidade. Com toda certeza, a expectativa é de que seja melhor do que no ano passado.”

Comércio

Ainda que de forma mais tímida do que os segmentos de alimentação e hotelaria, o comércio também é favorecido com o Rainbow Fest e o Miss Brasil Gay. De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF), Emerson Beloti, lojas de vestuário e de acessórios, por exemplo, têm reflexos em suas vendas, assim como os shoppings centers.

“Todos os eventos que Juiz de Fora proporciona são importantes para o comércio. Alguns setores são mais impactados, como restaurantes, bares e hotelaria, mas o comércio também tem chance de participar”, diz. “É um grande evento, que traz muitas pessoas para nossa cidade e que, de certa forma, se torna também importante para o comércio.”

Esta gostando do conteúdo? Compartilhe!