Entre os projetos estão os parques Poço D’Anta e São Pedro, a lei de proteção da bacia da represa Dr. João Penido e o programa Lixo Zero
Juiz de Fora vai ganhar dois parques naturais, de acordo com o anúncio feito pela prefeita Margarida Salomão, na manhã desta segunda-feira (5), em comemoração aos 173 anos da cidade e ao Dia Mundial do Meio Ambiente. A cerimônia de assinaturas, que aconteceu no Horto Municipal, apresentou documentos que determinam a criação dos parques Poço D’Anta e São Pedro, nas zonas Sudeste e Oeste, da lei de proteção ambiental da bacia da represa Dr. João Penido, do programa Lixo Zero, além da entrega do plano de manejo do Parque da Lajinha e do plano municipal da Mata Atlântica. Os projetos foram encaminhados para a Câmara Municipal de Juiz de Fora.
Hoje, a Empresa Municipal de Pavimentação e Urbanidades (Empav) atua na região da Reserva Biológica Municipal de Poço D’Anta com cultivos de plantas que são usadas no plantio nas praças, canteiros e trevos da cidade. A ideia é que a área seja aberta para visitação com atividades voltadas para a comunidade ao redor.
“Além do compromisso de preservação do local, nós vamos ter também a possibilidade do uso com trilhas por parte da população de Juiz de Fora, especialmente dos moradores do entorno”, afirmou a prefeita em entrevista à Tribuna.
O anúncio de aquisição do terreno do parque do São Pedro havia sido divulgado pela PJF no aniversário da cidade no ano passado. Os estudos de uso das áreas dos dois parques ainda serão realizados de acordo com a necessidade da comunidade.
Já a lei de proteção ambiental da bacia da represa Dr. João Penido tem como objetivo regularizar e autorizar atividades, obras, edificações e intervenções na região. A proposta foi feita com base em um zoneamento ambiental produtivo elaborado pela Embrater no ano passado pelo programa Nossa Água.
Segundo a secretária de Planejamento Urbano da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), Lívia Delgado, o documento sugere formas de regularizar as ocupações existentes e exemplifica maneiras de ocupar mais sustentáveis. “Essa ação visa compreender as características da bacia, tanto aspectos ambientais, quanto construtivos, e propõe medidas de controle para garantir a qualidade e fornecimento de água do principal manancial de abastecimento da cidade.”
De acordo com a diretora-geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb), Ana Luisa Guimarães, o programa Lixo Zero vai ampliar as rotas de coleta seletiva do município de 60% para 90%. Com a implantação do projeto, a cidade assume a 10ª posição no ranking nacional de cidades com coleta seletiva entre os municípios com população acima de 500 habitantes.No total, a coleta passará de 50 toneladas de lixo reciclável por mês para 100 toneladas.
Em relação ao plano de manejo do Parque da Lajinha, a Prefeitura informou que ações de curto, médio e longo prazo estão sendo pensadas para criar novos usos e melhorias do espaço. Além disso, o Plano Municipal da Mata Atlântica, realizado em parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), mostrou que a cidade ainda possui uma grande área preservada e propôs estratégias de governanças para tentar incluir o município no programa Tree Cities of The Word, da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO-ONU) e da Arbor Day Foundation (EUA), que podem atrair investimentos em ações de sustentabilidade.
“Juiz de Fora se destaca muito no domínio da Mata Atlântica com uma boa cobertura de florestas, embora ainda precisamos melhorar alguns pontos, como ampliar as unidades de conservação para fora da malha urbana e restaurar áreas que foram muito desmatadas no passado. A proposta é que a universidade continue atuando junto com o Conselho Municipal de Meio Ambiente da PJF, mostrando a importância dessas ações e acompanhando para que o projeto realmente saia do papel”, explica o pesquisador e professor de biologia da UFJF, Fabricio Alvim, que participou da elaboração do plano da Mata Atlântica.
