Palacete Santa Mafalda

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O prédio foi construído no final da década de 1850 pelo Comendador Manoel do Vale Amado, rico proprietário rural que desejava homenagear Dom Pedro II quando de sua primeira visita à Juiz de Fora. Batizado de Palacete Santa Mafalda, a construção foi erguida num ponto nobre da cidade, na esquina das ruas Braz Bernardino e Principal (atual Avenida Rio Branco).

Ao chegar à cidade em 1861 para a inauguração da Companhia União Indústria, o imperador utilizou o casarão, todo ornamentado com mobiliário importado de Paris, para a assinatura de importantes documentos, e também para a cerimônia do Beija-Mão, em que recebia os convidados e pessoas que tinham audiências marcadas. Recusou, porém, a oferta do Comendador para que ficasse com o imóvel de presente, dizendo que só aceitaria se ele fosse doado ao estado para abrigar uma escola ou obra de caridade.

Magoado, Manoel do Vale Amado decidiu que a casa jamais seria habitada, desejo que foi respeitado por seu filho, o Barão de Santa Mafalda. O palacete ficou até com fama de “mansão amaldiçoada”, pois após quatro décadas fechado, sua aparência era decrépita e lúgubre . O local só foi reaberto em 1904, ocasião em que foi doado à Santa Casa de Misericórdia e teve todo seu acervo leiloado. Adquirido pelo estado, foi transformado em 1907 no primeiro grupo escolar de Minas Gerais, função que ocupa até os dias de hoje, abrigando a Escola Estadual Delfim Moreira.

Integra o patrimônio de Juiz de Fora desde 1983, quando foi tombado pela municipalidade.

O Palacete Santa Mafalda possui dois pavimentos com construção em estrutura de madeira e alvenaria de pedra e tijolos maciços. Sua fachada está alinhada com o passeio, com uma única porta de madeira ao centro e cercado por vãos em arco e janelas no modelo de guilhotina.

O casarão apresenta elementos clássicos comuns nas construções no Brasil no final do século XIX e início do século XX

governador Romeu Zema (Novo) e o secretário de Estado de Educação Igor de Alvarenga participaram na última sexta-feira (24) da solenidade de conclusão da restauração do Palacete Santa Mafalda em Juiz de Fora. As obras custaram aos cofres públicos de Minas Gerais R$ 13 milhões. Fechado desde 2013, o imóvel voltará a abrigar as instalações da Escola Estadual Delfim Moreira.

O intervalo de uma década em que esteve trancando à espera da reforma, embora extenso, não foi seu maior período de inatividade. Entre 1861 e 1904, o Palacete Santa Mafalda permaneceu, por regra, trancado, com aberturas esporádicas e restritas a poucos convidados. A ordem para cerrar suas portas por tempo indeterminado partiu do seu proprietário, o comendador Manuel do Valle Amado.

Após construir o Palacete Santa Mafalda em área nobre de Santo Antônio do Paraibuna (o nome de Juiz de Fora será adotado a partir 1865) para receber o imperador Dom Pedro 2º em sua primeira visita oficial à jovem cidade em junho de 1861, o comendador decidiu doar o imóvel ao monarca.  Qual não foi sua surpresa e de parte da elite local quando o soberano brasileiro recursou o presente para uso próprio e da família real.

O imperador condicionou aceitar o vultoso prédio caso pudesse convertê-lo em uma escola ou um hospital. A proposta foi recusada pelo enraivecido Valle Amado. Considerando o episódio como uma grande vergonha pública e política, ele acabou nutrindo um imenso desgosto pelo acontecido, lançado, segundo jornais da época, uma espécie de maldição contra o palacete: lá, ninguém mais moraria e tampouco o imóvel seria doado, emprestado ou vendido.

Valle Amado morreu em 31 de maio de 1862, menos de um ano após lançar sua maldição, o que não evitou que seu desejo em relação ao palacete fosse mantido. Pouco antes de falecer, ele deu ordens a seu único filho homem, José Maria de Cerqueira Valle, que mais tarde ganharia o título de Barão de Santa Mafalda, para que continuasse a tratar o imóvel da mesma forma, o que foi cumprido à risca.

Somente após a morte de José Maria de Cerqueira Valle, em janeiro de 1904, a maldição chegaria ao fim. Em seu testamento, o herdeiro do comendador Manuel do Valle Amado destina o Palacete Santa Mafalda à Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. No mesmo ano, a entidade arrenda o espaço ao governo estadual, para que seja instalada a Escola Normal. Três anos depois, já adquirido pelo estado, o prédio recebe o primeiro grupo escolar.

A recusa de Dom Pedro 2º à oferta de Valle Amado se tornou motivo de especulação nos jornais, burburinho na elite juiz-forana e, mais tarde, intrigou pesquisadores. Para entender as muitas interpretações do episódio é preciso saber o que se passava na recém-emancipada Santo Antônio do Paraibuna quando a família imperial desembarcou para uma estada de cinco dias.

A restauração, entregue em março desse ano, foi coordenada pelo Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG). Ao todo, o Governo de Minas investiu mais de R$13 milhões na recuperação do prédio histórico.

Além disso, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) destinou cerca de R$ 650 mil para aquisição de mobiliários e equipamentos diversos, móveis planejados, que se adequam às necessidades do centenário prédio escolar, e intervenções de jardinagem e paisagismo. 

Os estudantes também vão encontrar equipamentos de informática novos. Para isso, foram investidos cerca de R$ 150 mil na renovação do parque tecnológico. 

Todos os ambientes estão estruturados com acessibilidade para possibilitar a inclusão de todos. Há, também, um elevador que liga os dois pavimentos, além de rampas de acesso. Apesar dessa instalação, as escadas originais foram mantidas a fim de preservar o patrimônio tombado. 

O palacete possui dois pavimentos com construção em estrutura de madeira e alvenaria de pedra e tijolos maciços. Sua fachada está alinhada ao passeio, com uma única porta de madeira ao centro e cercada por vãos em arco e janelas no modelo guilhotina. O casarão apresenta elementos clássicos comuns de construções realizadas no Brasil no final do século XIX e início do século XX.

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