Eventos de adoção deram lar a 129 animais em 2023

Ao todo, órgão da Prefeitura de Juiz de Fora contabiliza 306 adoções de pets neste ano

Diana foi adotada pela família Quelhas em um evento da PJF quando tinha 3 anos de idade… (Foto: Arquivo pessoal)

A adoção de pets é um gesto de acolhimento e amor com os animais. Na promoção desses atos, o Canil Municipal da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) já realizou, neste ano, 13 eventos de adoção responsável. As ações, que acontecem quinzenalmente, já deram novos lares a 129 pets. Além disso, outras 177 adoções foram realizadas diretamente no Canil Municipal, totalizando 306 animais sob guarda da PJF acolhidos em Juiz de Fora em 2023. Apesar do sucesso dos eventos, o canil segue com uma quantidade significativa de animais sob seus cuidados: são 904 cães e 25 gatos.

Os animais são abandonados por diversos fatores, como dificuldades financeiras dos tutores ou falta de consciência sobre o cuidado adequado. De acordo com a direção do Canil Municipal, que respondeu os questionamentos da reportagem através de sua assessoria de imprensa, os animais costumam ser encontrados e resgatados, na maioria das vezes, “tanto em áreas urbanas, onde os animais são deixados em vias públicas, quanto em regiões mais remotas, onde as pessoas podem abandoná-los em locais afastados, como florestas ou zonas rurais”. O ato de abandono é crime previsto pela lei federal nº 14.064/2020.

 

 

 

A partir do recolhimento, os animais são avaliados para averiguar sinais de maus-tratos, ferimentos e doenças. Caso necessário, o Canil realiza o tratamento das enfermidades a fim de preparar os pets para que eles possam ser adotados. Além desse tratamento, o espaço “implementa ações de castração para controle populacional de animais, assim, reduzindo o número de animais em situação de vulnerabilidade”. “Ademais, os pets castrados pela PJF são microchipados para possibilitar a identificação permanente de animais de estimação, auxiliando na sua localização em casos de perda ou abandono”, conforme dito pela assessoria.

Depois do trabalho promovido de reabilitação dos pets, os animais estão prontos para serem acolhidos por uma nova família. Para os eventos de adoção, que acontecem no Parque Halfeld, região Central de Juiz de Fora, são disponibilizados, em média, 20 animais. De acordo com o Canil, para que um animal possa ser levado para a ação, ele deve atender alguns pré-requisitos. “A quantidade e o perfil dos animais são definidos também a partir da característica do evento de adoção que será realizado. A seleção dos animais que participam desses eventos é cuidadosamente feita, priorizando aqueles com traços de sociabilidade, comportamento tranquilo e aptidão para viver em um ambiente familiar”, explica o órgão.

Os interessados em adotar são submetidos a uma entrevista realizada por profissionais do canil, para avaliar se o possível tutor está apto ou não a acolher um animal. Além disso, é necessário apresentar carteira de identidade, CPF e comprovante de residência. Após a adoção, os animais passam por, no mínimo, 15 dias de adaptação ao novo lar. Segundo o canil, os casos de devolução dos pets são raros.

 

‘Eles passam a fazer parte da nossa família’

 

Os eventos de adoção, além de beneficiarem os animais abrigados no canil, também são positivos para quem adota. Marina Quelhas participou da primeira ação de acolhimento promovida após a paralisação dos eventos por conta da pandemia de coronavírus, em agosto de 2021, e adotou a Diana. “A gente chegou (ao evento) e foi uma paixão à primeira vista. A Diana estava super simpática. Quando a adotamos, ela se chamava Cacau, só que ela não reconhecia, então mudamos pra Diana e logo ela já acostumou. Ela se adaptou muito à nossa casa, ela é muito tranquila”, explica.

Diana foi adotada com aproximadamente 3 anos de idade. Por ser considerada um animal adulto, muitas pessoas têm resistência em adotar, por preferir acompanhar o crescimento de um pet desde filhote. Marina entende que esse pensamento é prejudicial aos animais, e que o acolhimento é sempre positivo. “Os cães adultos, por não se saber de onde eles vieram antes de serem recolhidos pelo canil, podem ter muitos traumas. Mas é surreal que mesmo com essas questões dela, o cão adulto acaba sendo muito mais fácil de cuidar. Adotar um animal adulto tem muita muitas vantagens”, acredita Marina.

Sócia-torcedora do Vasco

…e ganhou até carteirinha de sócia-torcedora do Vasco da Gama, clube do coração de toda a família

Essa não é a primeira vez que Marina e sua família são tutores de um pet. Antes de acolher a Diana, Marina conta que sua família havia comprado a cadela Atena, que faleceu em 2020. Com o passar do tempo, os tutores de Diana passaram a entender a importância da adoção, já que os animais colocados à venda são vistos como mercadorias pela sociedade. “O fortalecimento da adoção é muito importante para reverter essa lógica que mercantiliza os animais. Junto com essa resistência (de comprar animais), você acaba ganhando um companheiro por toda vida que muitas vezes vai ter uma adaptação muito mais tranquila do que a gente imagina”, diz Marina.

Diana já está sob tutela da família de Marina há mais de dois anos. Neste período, além de receber muito amor, Diana também passou a fazer parte do plano de sócio-torcedor para animais do Vasco da Gama, clube do coração da família. “A Diana passou a ser parte da nossa família. Somos uma família de vascaínos, e ela também virou sócia-torcedora do Vasco. Todo mês eu pago as mensalidades, que são quase que inteiramente revertidas para instituições de proteção aos animais. Vemos que realmente tem essa cooperação e eu nem pensei duas vezes quando a gente adotou a Diana”, conta.

Esta gostando do conteúdo? Compartilhe!